Diversas pessoas sofrem com o refluxo gastroesofágico e precisam fazer tratamento para resolver o problema. É comum ver esse incômodo em adultos, porém, o que muitos não sabem é que ele também pode aparecer em crianças e adolescentes.
Se o seu filho reclama de dores, queimações e náuseas após fazer as refeições ele pode estar apresentando o problema. Sendo assim, vamos explicar o que é o refluxo gastroesofágico, o que pode causá-lo e como tratar o refluxo na infância e na adolescência. Confira!
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O que é refluxo gastroesofágico?
O refluxo gastroesofágico (RGE) é o retorno de alimentos e ácidos do estômago para o esôfago. Em alguns casos, o conteúdo que retorna pode atingir até a garganta, boca e vias aéreas superiores. Esse tipo de refluxo acontece de forma fisiológica, portanto, é comum acontecer mesmo em pessoas saudáveis e, independente da idade, mais de uma vez ao dia.
Há também a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que apresenta sintomas mais graves, como dificuldade de ganho de peso, regurgitação, incômodos e irritabilidade excessiva, vômitos frequentes, azia, náuseas, dor torácica, tosse e esofagite (inflamação do esôfago causada pelo acúmulo de ácidos no esôfago), variando conforme a idade.
É necessário consultar um profissional gastroenterologista para que ele avalie o que o indivíduo tem, o refluxo fisiológico ou a doença. Dessa forma, será possível realizar o tratamento mais adequado para a condição da pessoa, seja ela uma criança, adolescente ou adulto.
Refluxo na infância e adolescência
É muito comum que bebês lactentes e recém-nascidos tenham refluxo, pois o sistema digestivo ainda não está maduro nessa fase. Além disso, a maior parte da alimentação é composta de líquidos e os bebês passam longos períodos deitados.
Esse comportamento facilita a volta do que foi consumido ao esôfago e até a boca. O refluxo fisiológico em bebês costuma melhorar com o tempo, durando 1 ano ou até 1 ano e meio.
Em alguns casos, esse quadro pode manter-se e o bebê continuar apresentando o refluxo na infância e na adolescência. Nos lactentes e crianças menores, os sintomas mais comuns são: irritabilidade, má aceitação da dieta, vômitos, dor abdominal, torácica e, esporadicamente, azia (sensação de queimação no peito, garganta ou pescoço). Já nos adolescentes e crianças maiores, o quadro é mais parecido com a doença no adulto, sendo comum a queixa de azia, náuseas, regurgitação, dor torácica e/ou abdominal, tosse, entre outros.
Entre o refluxo fisiológico e a DRGE, o primeiro é o mais corriqueiro entre todos os indivíduos, independentemente da idade. Contudo, mesmo que o seu filho apresente somente os sintomas mais frequentes, é importante levá-lo ao médico para que o profissional dê o diagnóstico correto.
O que pode causar refluxo?
Ele é causado por uma falha no esfíncter esofágico inferior (EEI), que é um anel de fibras musculares que se encontra no esôfago. Normalmente, depois que uma pessoa se alimenta, a comida vai da garganta para o estômago por meio do esôfago, e são essas fibras que impedem que os alimentos voltem para o esôfago.
Se elas não fecham de maneira adequada, o caminho fica aberto e tudo o que foi ingerido e depositado no estômago, pode voltar ao esôfago. Esse acontecimento é o que chamamos de refluxo.
Há vários motivos pelos quais as fibras musculares não conseguem se fechar corretamente e deixam o caminho aberto. Isso pode acontecer, por exemplo, por causa dos alimentos e bebidas ingeridas, como doces, alimentos processados ou muito gordurosos, cafeína e bebidas alcoólicas.
Além disso, o modo com que a pessoa se alimenta também influencia na ocorrência de refluxo. Por exemplo, se a criança deitar-se logo após as refeições, a incidência desse problema é capaz de aumentar bastante.
Adolescentes costumam exercitar-se mais do que as crianças e, algumas vezes, comem e logo em seguida já vão praticar suas atividades físicas. Isso pode causar uma pressão na cavidade abdominal e, consequentemente, o refluxo.
Como você pode perceber, o refluxo é provocado por hábitos esporádicos que, quando combinados, levam a um problema saúde. Não é algo que deve ocorrer sempre, a menos que a criança ou o adolescente mantenha esses costumes.
O problema maior, como vimos, é quando esse refluxo torna-se frequente e associado a sintomas clínicos e/ou complicações, determinando a Doença do Refluxo Gastroesofágico. Com relação a isso, o que podemos dizer é que a DRGE na infância ou adolescência tem tratamento e é o que vamos ver agora!
Como diagnosticar e tratar o refluxo?
O profissional responsável levará em consideração os sintomas apresentados e avaliará a necessidade de uma investigação maior, através de exames complementares. Nessa linha, o médico poderá solicitar ao paciente uma endoscopia digestiva alta, onde é possível visualizar o interior do esôfago e estômago; ou uma pHmetria esofágica, onde se verifica a presença e a frequência de ácido no esôfago.
Com relação ao tratamento, podem ser utilizadas orientações comportamentais e alimentares, medicamentos ou até cirurgia, algo a ser decidido por um especialista, após a realização de diagnóstico individualizado. Entretanto, independentemente do tipo de refluxo na infância ou na adolescência, é fundamental que a criança mude seus hábitos para melhorar ou diminuir os sintomas apresentados.
Ou seja, com relação às medidas comportamentais, é importante você instruir seu filho a não se deitar logo após as refeições, a não ingerir alimentos muito gordurosos, chocolates, bebidas que contenham gás, cafeína, condimentos e evitar ingerir líquidos junto com alimentação.
Caso o médico ache que é necessário, ele pode indicar medicamentos para aliviar os sintomas originados pelo refluxo. Existe ainda a possibilidade de cirurgia, porém ela é realizada somente em situações específicas e/ou complexas, em que as demais alternativas não demonstram melhoras no quadro clínico.
O nosso post sobre refluxo na infância e na adolescência tem cunho meramente informativo. Se você observar alguns dos sintomas mencionados aqui em seu filho, é imprescindível que você agende uma consulta médica especializada para que o profissional possa fazer um diagnóstico e prescrever o tratamento mais adequado para a criança ou o adolescente.
Sobre a entrevistada
A Dra. Débora Tonon é ex-aluna do Colégio Geração e Médica Gastroenterologista. A doutora atende na Clínica CEMAD, localizada no Centro de Florianópolis/SC (Av. Mauro Ramos, 1670, Centro, Florianópolis/SC – 48 3228-3303 ).
- Graduada em medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – CRM 15.876.
- Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – HU/UFSC.
- Residência Médica em Gastroenterologia pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – HU/UFSC.
- Registro de Qualificação de Especialista em Gastroenterologia: RQE 13.636.
Ensino Fundamental 2 – do 6º ao 9º ano
O Ensino Fundamental II marca uma nova e importante etapa na vida acadêmica dos alunos. As mudanças que ocorrem neste momento são evidenciadas pelos seguintes aspectos:
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